domingo, 23 de janeiro de 2011

QUANTICÂNCIAS UM [ * ]


quando desejo
quando sonho
ardo por inteiro.

é aí que agarro a vida pela cintura
aperto-lhe os seios, junto ao meu peito desnudo
sopro-lhe carícias em palavras miúdas.

beijo-lhe a nuca e as orelhas e dançamos
sensualmente, dançamos
despretensiosamente, dançamos.

antes de fazer amor
na esquina das ilusões
antes de mais nada.

[ * ] também publicado no blog Poema Dia.

sábado, 4 de dezembro de 2010

MORRO REDONDO ACIMA


morro acima
seguir em frente, é sina
tal qual fé, estrada permanente.

morro acima
morro de toda gente
na expressão dos olhos, na impressão de todos os dias.

morro acima
no tempo, a face, a vida percorrida
lá vai o rei, lá vai a rainha.

morro acima
vai adulto, vai criança
o sol abraça a todos, há esperança.

morro acima, vive, o caminho
à procura da caminhada
à espera dos caminhantes.

morro acima
alma acima
assim, sim, assim.

VERO DICO

um punhadinho de coisa nova todo dia
dois causos, um dedo de prosa
risos e mais risos, umas troças
encontros, reencontros, encantos
ah!, o coração da gente segue carregadinho de tanta leveza
não reconhece medidas
não faz médias, meias palavras não diz
apenas bate mais forte
apenas bate mais feliz.

sábado, 27 de novembro de 2010

(DAS IMAGENS INACABADAS)

deita teus pés no chão dos palcos, da vida
faça arte, pinte o sete
faça parte, ria da própria sorte.

deita teus pés nas nuvens
agarre um pedaço da pele [branca, negra, de todas as cores]
encontre o suor de teus sonhos.

deita teus pés na vida
sê o impensável, o impossível
destranque a porta dos desejos.

deita teus pés no abraço dos rumos
sê, mais que pedra sobre pedra, sê
peito sobre peito...

PRESERVADO

carrego raízes
onde vou, onde pouso, onde estou
sagrado é o fim da sede
sagrado é o instante de mitigar a fome
é sagrado todo tambor que marca o canto em oração de saciar a fé
na certeza dos passos, no compasso dos pulsos
a vida, o mundo e a hora
tudo está aqui, agora.

CRISTAIS DIURNOS


Na manha da manhã da manha da vida
Deus também tenta
Abraçar nossa querida tormenta.

Firme, Forte

Dá licença, meu povo, dá licença
Aqui não tem pressa, dá licença
Dá licença, meu povo, dá licença
Aqui não tem pressa, dá licença

Viemos, viemos, viemos, dá licença
Bem cedinho, nós viemos, dá licença
Viemos, viemos, viemos, dá licença
Bem cedinho, nós viemos, dá licença

Dá licença, meu povo, dá licença
Viemos pro início da festa, dá licença
Dá licença, meu povo, dá licença
Viemos pro início da festa, dá licença

Bate alegre o tambor, dá licença
Bate firme o pé no chão, dá licença
É preciso celebrar, dá licença
Bate forte o coração, dá licença

Canta uma oração com fé, dá licença
Viva a nossa liberdade, dá licença
Olha pro céu, meus irmãos, dá licença
Viva a nossa liberdade, dá licença

Eu sei, eu sei
“Oh! Senhora Rainha, sua casa cheira
Cheira cravo e rosa, flor de laranjeira"

Eu sei, eu sei
"Oh! Senhora Rainha, sua casa cheira
Cheira cravo e rosa, flor de laranjeira.”

azul e sem fim


nas mãos e no coração daqueles que acreditam
nas mãos e no coração daqueles que amam
a Santa sobe o caminho do Morro Redondo
sobe, sob um olhar que parece tão certo:
o azul sem fim
de um céu que parece tão perto.

MIRIM

sábado, 20 de novembro de 2010

pontoPRÓ

explicar
não carece
nem precisa.

vontade
desce o morro
da mesma forma
que sobe a ladeira.

é mesmo assim
a vida funciona
a gente enloucresce.

terTEMPOS

comigo:
um tempo, um tempo, um tempo
apenas um tempo.

de tanto tempo que tive
parece que foi ontem
agorinha mesmo.

SUBLIMINÁRIAS

Guardadinha comigo, a única vontade que tive
foi conseguir uma lágrima
um sorriso
um arrepio
um calafrio
um calor fora de horas
um encorajamento sem medidas.